21/07/2010 - 17h49
Roseann Kennedy
"A falta que faz a juventude
As eleições deste ano terão a menor participação de jovens de 16 e 17 anos desde 2004. Agora serão 2,39 milhões de eleitores nessa faixa etária. Uma queda de quase sete por cento em relação a 2006.
O Tribunal Superior Eleitoral diz não ter um elemento taxativo que explique a redução. Precisaria de um estudo mais detalhado do perfil, por unidade da federação e de comparações com o censo demográfico.
Claro que, na parte estatística, é preciso fazer comparações inclusive com os dados demográficos que serão atualizados pelo IBGE este ano. É fato, também, que houve a migração natural de faixa. Os jovens que tinham 16 e 17 na eleição passada agora já estão nos seus vinte anos.
Mas, se sairmos do campo estatístico para uma análise na área da ciência política, podemos apostar que essa queda reflete o desinteresse do jovem pela política. Expõe desencantamento com os políticos e com os governos.
O mais preocupante é que o movimento também leva-nos a pensar se há uma falta de esperança disseminada nessa faixa etária. Porque, lá trás - em 1989, 2002, 2004 – víamos uma empolgação do adolescente por ter conquistado o direito do voto. Então, eles iam para as ruas, acreditando que poderiam melhorar o país.
Essa garotada dava fôlego, expectativa de renovação. Mas agora, não vemos mais esses grupos de adolescentes conversando nas escolas, nas ruas, sobre o primeiro voto. Também não há nenhum fato novo que motive essa meninada a tirar o título eleitoral, para dispensar um dia a mais de lazer e enfrentar filas para colocar seu voto na urna.
Eleição é assunto que entra na pauta, apenas, do grupo que já é obrigado a votar. Porém, mesmo para esses, tem sido difícil se envolver com a corrida presidencial, por exemplo. As candidaturas presidenciais não trazem propostas para atrair a juventude.
Será que isso é uma pequena amostra do que aconteceria no país se o voto não fosse obrigatório para todos?
O certo é que os dados servem de base para outros estudos comparativos. Podem ser usados pelos estrategistas políticos na escolha do focos de campanha e para a Justiça eleitoral escolher também alvos de campanhas educativas."
PS. Gillettepress deste link:
congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?Cod_Canal=1&Cod_Publicacao=33734
PS2. Esses dados deveriam ser cruzados também com os "IDEBs" e "ENEMs" dos últimos 10 anos.
3 comentários:
Está havendo uma reunião á portas fechadas com todos os envolvidos no "esquemão de horas extras" da Fusar denunciado aqui no TAngra, os responsáveis foram chamados para explicar o inexplicável.Será que a culpa vai ser jogada somente em cima do chefe que foi exonerado?Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos...
Só uma perguntinha: j´pa que asessão extraordinária era um afronto à lei e a votação, motivo do convocação da mesma nãos e realizou, o jetom vai ser pago?
Prezado Anônimo das 19:56,
Eles votaram outras coisas, dentre elas um empréstimo de 6,5 milhões ao BNDES (coisas de período de campanha eleitoral).
A LDO deveria ser aprovada em alguma votação em bloco (ou em broco, como diria a ainda-vereadora presidenta Vilma dos Santos) mas o Leandro Silva estragou tudo...
E o jetom vem de qualquer maneira.
Abraços.
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