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O Globo - 23/01/2013
Angra e Paraty são proibidas
de despejar lixo em aterro da região
RIO - Cidades históricas e centros de atração turística da Costa Verde, Angra dos Reis e Paraty convivem, desde o início do ano, com um problema diário de 270 toneladas. Ambos os municípios estão despejando seus resíduos em locais inapropriados, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A presidente do órgão, Marilene Ramos, afirma que o destino dos detritos dessas cidades até a semana passada, o aterro de Ariró, em Angra, opera em condições precárias, semelhantes às de um lixão, sem controle ambiental. E a solução emergencial pode vir acompanhada de um alto custo para os moradores: o aterro de Seropédica, destino recomendado pelo Inea, por ser o mais próximo das cidades, está na verdade distante 116 quilômetros de Angra e 196 de Paraty. Com isso, as despesas para descartar o lixo vão mais do que triplicar, de acordo com estimativas das prefeituras.
Os municípios passaram a ser administrados pelo PT este mês: Carlos José Gama Miranda, o Casé, assumiu em Paraty, e Conceição Rabha foi eleita em Angra. As transições foram marcadas por crises na área de resíduos. Em Angra, Conceição alega ter assumido a cidade sem qualquer contrato firmado para a destinação final do lixo. A empresa que controla o aterro de Ariró, Infornova Ambiental (novo nome da Locanty), cobra uma dívida de R$ 14 milhões do município, que nega o débito.
Há duas semanas, a Infornova passou a impedir a entrada dos caminhões da prefeitura no aterro sanitário privado. Por isso, Angra despeja hoje suas 180 toneladas diárias de detritos num terreno onde funcionava o antigo lixão municipal, ao lado do aterro de Ariró. O local não tem licença e foi ambientalmente recuperado há mais de dois anos.
- A Locanty tinha o contrato de coleta de lixo, varrição e recebimento do lixo até junho próximo. Mas em 11 de dezembro ela rompeu com a prefeitura, encaminhou uma carta relatando dificuldades financeiras. Agora, estão nos cobrando R$ 14 milhões. Cadê o contrato? A cada dia eu descubro uma coisa nova que assusta - diz a prefeita Conceição Rabha. - Acredito que a partir da semana que vem vamos conseguir firmar um contrato emergencial com a Ciclus (que opera o aterro de Seropédica). Mandar o lixo para lá vai custar R$ 340 por tonelada, 254% a mais em relação ao custo atual (R$ 96 a tonelada).
Em Paraty, a prefeitura espera que o aterro de Ariró possa ser liberado o quanto antes pelo Inea, pois a solução de Seropédica implicaria uma despesa mensal a mais de cerca de R$ 300 mil. Paraty produz cerca de 90 toneladas de resíduos por dia.
- Estamos despejando em Ariró, um serviço terceirizado. Hoje, a coleta, varrição e destinação final nos custam R$ 900 mil mensais. Se tivermos que ir para Seropédica, vamos gastar R$ 1,2 milhão, pelo custo da viagem. Será lamentável se isso ocorrer. Vai aumentar absurdamente nossos gastos. Se existe problema, que ele seja solucionado. Estamos a 70 quilômetros de Ariró e a quase 200 de Seropédica. É impraticável levar o lixo para lá - afirma o secretário de Obras de Paraty, Rogério Gil.
Situação de aterro degringolou, diz Inea
Inagurado em 2001 pelo então prefeito Fernando Jordão, o aterro de Ariró ainda tem vida útil de dez anos, mas hoje é mal operado e não tem condições de receber o lixo diário coletado em Angra e em Paraty, avalia Marilene Ramos:
- Vínhamos constatando, em vistorias recentes, que Ariró está sem condições de continuar operando. Ele tem condições de continuar aberto, mas são necessárias obras de recuperação da drenagem do chorume e melhorias na compactação e no recobrimento do lixo. Apenas quando esses problemas forem corrigidos é que o aterro poderá voltar a operar. Hoje, Ariró está operando muito mal e em condições semelhantes às de um lixão. De uns meses para cá, a situação degringolou.
Marilene afirma que Paraty e Angra já estão notificadas para dar outra destinação ao lixo. E o centro de tratamento de resíduos licenciado mais perto dessas cidades é Seropédica.
- Já notificamos Angra para tirar todo o volume depositado na área não licenciada (ao lado do aterro) e encaminhar esse material a Seropédica, emergencialmente. Não é a solução ideal, mas é a possível neste momento, até que Ariró tenha condições de reabrir.
Em nota enviada ao GLOBO, a Locanty/Infornova afirmou que operou o aterro privado da região de janeiro de 2011 a dezembro de 2012, quando transferiu a sua operação a outra empresa. A Locanty/Infornova não esclareceu, no entanto, que empresa é essa. A prefeita de Angra, Conceição Rabha, disse desconhecer qualquer transferência. No último dia 12, um dos sócios da Locanty, João Alberto Felippo Barreto, conhecido como Joãozinho da Locanty, enviou ofício ao Inea, acusando a prefeitura de Angra de cometer crime ambiental ao despejar o lixo em local inapropriado.
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PS. Isso tem ou não tem o dedo sujo e irresponsável de Fernando Jordão / Tuca Jordão, com o único objetivo de prejudicar a cidade? O que vocês acham?