"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
- Voltaire

segunda-feira, outubro 6

Todos fazem política

Onde há gente, há política.

Chega de torcer o nariz para a política dizendo que "todo político é igual", que "o país não tem conserto", que "ninguém faz nada"!

Fazemos política em casa, ao diminuirmos os gastos com energia elétrica; na escola, convencendo o colega bagunceiro de que está incomodando o resto da turma; no trabalho quando procuramos fazer uma divisão mais justa de tarefas...
Não há motivos para descrer na política, mas, sim, nos maus políticos. O cidadão que se omite transfere a outros seu direito de atuar politicamente.

A política de hoje não é como a das antigas cidades gregas, onde os assuntos importantes eram discutidos em praça pública, com a participação de todos os cidadãos. Mas embora seja impossível reunir os brasileiros numa grande praça, dando a cada um o direito de opinar sobre este ou aquele problema nacional, a Constituição prevê a participação direta dos eleitores na discussão de temas importantes da política, por meio de consultas populares em que todos podem votar.

Mas a maior parte das decisões políticas é tomada por pessoas que elegemos para nos governar e fazer as leis que regulam a vida social. Ao atuar na política, nossos representantes devem colocar os interesses coletivos acima de seus interesses pessoais e, também, acima das expectativas e pressões de grupos localizados.

A política deve ser uma atividade voltada para o bem comum. Mas o que é "bem comum"? É o interesse público, coletivo, e só pode ser defendido por todos, de forma não direcionada. Quem é o responsável pela preservação do interesse público? Somos todos nós.

Num exemplo prático, analisemos como deveria ser nossa atuação no caso de uma enchente provocada por fortes chuvas, como foi relatado por uma moradora do Frade no "Programa de Opinião", na TV Comunitária (Canal 99 da NET). Enchente acaba dando em: engarrafamento, falta de luz, muitos estragos, inundações, muita sujeira, doenças. Como encarar o problema?

1- Não há nada a fazer; só esperar o tempo melhorar?

Cruzar os braços e esperar nem sempre é a melhor solução. Os que agem assim fazem menos do que podem. E do que devem.

2- Há sempre um culpado e ele deve pagar por isso?

Quem não vê a raiz dos problemas e o que deve fazer diante deles cai na crítica sem fundamento. Os que agem assim também fazem menos do que podem. E do que devem.

3- Vamos à raiz do problema?

Este é o jeito político de encarar a enchente, que, mesmo se não resolver o problema, ajuda a clarear as soluções: você discute com os vizinhos, defende suas sugestões e acata as melhores idéias. Aí, então, o grupo desvia o trânsito de uma rua para facilitar o tráfego, ajuda famílias desabrigadas, transporta vítimas...

Passada a enchente, é hora de descobrir as causas da tragédia. O que está por trás do problema, além, é claro, dos fatores naturais?

As mudanças no clima devido aos desequilíbrios gerados pelo
homem: poluição, desmatamento, transformação de áreas em desertos pela
exploração irracional da terra, etc.

Ocupação desordenada das cidades, devido à inexistência de leis adequadas que
regulem a ocupação dos centros urbanos, ou em razão de seu descumprimento.

O desmatamento das encostas, levando à destruição do solo, acumulação de terra, pedras e outros materiaisnos leitos dos rios, queda de barreiras, desabamentos, etc.

As deficiências da limpeza urbana, os defeitos estruturais da rede pluvial e o armazenamento inadequado do lixo, que dificultam o escoamento e agravam os riscos de enchente.

A falta de saneamento, que faz com que os efeitos da enchente sejam ainda mais perigosos. Basta imaginar o transbordamento de um esgoto a céu aberto...

Todos esses fatores contribuem para que aconteça uma enchente e agravam os seus efeitos. Alguns deles podem ser evitados pela sua ação direta. Outros pela sua participação ativa na discussão das soluções.

É muito bom quando a gente se descobre dono do próprio destino.
Ou, pelo menos, quando a gente luta por isso.

Pensem nisso!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Só queria informar onde se diz Markson, na verdade é Marchson Helver Carneiro de Araujo....

TAngra disse...

Já corrigimos.

Veja se agora está certo.

Obrigado.