Campo de Concentração e Abrigo

Anônimo, 13/dez 08:27 em "Bus Stop Hotel - Angra":
“Esse mesmo cidadão na rede esteve no centro de cachaceiros do Brachuy e como naquele lugar ninguém é recuperado eles voltam para as ruas para passar o final de ano e depois retornam para aquele centro de concentraçao nazista. Perguntem aos funcionarios de lá. ”


Anônimo, 7/dez 00:34 em "Busologia":
“Gostaria de relatar o que estamos vivendo na Casa de Abrigo, como funcionários concursados.

No dia 18 de novembro de 2010 fomos submetidos a uma reunião com a Secretária de Ação Social Srª. Jane Veiga na qual nós, funcionários, fomos extremamente humilhados.

A Secretária Jane Veiga iniciou a reunião afirmando se tratava de um comunicado e que os funcionários não teriam o direito a indagações, pois estava com muita pressa e tinha muitos compromissos importantes e não poderia perder tempo.

Mudaram nossa escala de trabalho. Nós, que trabalhávamos 24 por 72 horas, a partir de 1º de dezembro deveríamos fazer escala de 12 por 36 horas, ou seja, tínhamos doze (12) dias para nos enquadrarmos. A insatisfação foi geral, já que realizamos concurso público para trabalharmos como diaristas, quarenta (40) horas semanais.

A todo momento a Srª. Secretária se dirigiu aos funcionários com autoritarismo e sarcasmo. O mais difícil foi quando a Srª. Secretária nos fez diversas e sérias acusações, ameaçou exonerar funcionários e afirmou que todos os funcionários da casa abrigo estariam na CPP.

Ao tentarmos argumentar a Srª. secretária gritou: - “Vamos parar de 'PITI'”. Fomos acusados de algo que não fizemos e nem sabemos ao certo o que é. Não tivemos o direito de nos defendermos, de sabermos realmente o que estava acontecendo.

Enquanto tentávamos entender, a secretária não nos permitiu a palavra, não olhava para nós funcionários, respirava profundamente, demonstrando sua impaciência, e por várias vezes sorria ironicamente e dizia: - “Vou falar mas estou perdendo tempo, pois vocês não conseguem entender. Funcionário da minha casa eu ponho na rua, entenderam?”

Diante dessa falta de diálogo procuramos nosso sindicato, que nos orientou a trabalharmos como diaristas, conforme o edital do concurso que realizamos e aguardarmos. Criou-se uma enorme insatisfação na chefia da casa, Srª. Zélia e Srª. Ana Paula, ambas Cargos Comissionados. Estão entendendo nosso problema? As mesmas vêm nos tratando muito mal, não nos cumprimentam, buscam incansavelmente um erro, questionam, induzem e barganham com os abrigados para falarem de nós. Ah! fomos proibidos até mesmo de tomar um simples café na cozinha do abrigo.

Para complementar os nossos horários e finais de semana contrataram novos funcionários, é claro 'não concursados'. Cabide eleitoral, talvez, já que dizem que ela vem de vereadora daqui dois anos.

Estamos cansados e muito pressionados, trabalhamos em um equipamento - que é a Casa Abrigo - de alta complexidade, pois acolhem desde recém-nascidos até jovens educados pelas ruas e iniciados e jurados pelo tráfico. Acolhem adolescentes que vivem à margem da prostituição e crianças que cresceram em meio a miséria e maus tratos e ao vício dos pais. Todos esses problemas em um mesmo local.

Necessitamos de equilíbrio emocional, o que está ficando difícil diante de tantas humilhações, acusações, ameaças e censuras.

Estamos vivendo em clima de ditadura, sem direito a palavra, sem direito a defesa e se não nos identificamos ao final deste relato é porque temos medo de mais represália.

A última é que seremos suspensos!

Estamos denunciando sim, não é possível que as coisas continuem assim. Queremos garantir o direito de trabalharmos com dignidade!”