"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
- Voltaire

sábado, dezembro 6

De Zero a Imperador

Até poucos meses atrás Tuca Jordão era um zero à esquerda.

Na época dos filmes de bang-bang, "cowboys", Bat Masterson, John Wayne, Clint Eastwood, Giuliano Gemma, seria o que a garotada chamava de "cocô do cavalo do bandido".

Nem os investigadores da Operação Cartas Marcadas sabiam quem ele era (no começo). Vejam esse trecho:

"Ligação 06:
VM (Voz Masculina) liga para FELIPE e diz que segunda-feira tem que conversar cedo com FELIPE, pois “TUCA”(?) lhe fez umas perguntas que ele não pode responder.
VM diz: “Ele está desconfiado.”
FELIPE diz: “O CLÁUDIO fala com ele e resolve.”
VM diz que alguém está certo que os dados estão errados, pois o contrato não pode dar isso tudo. VM sugere que FELIPE fale com VM e converse com CLÁUDIO."

Claro que depois a participação de TUCA vai ficando mais clara e ele deixa de ser uma (?). Mas isso vamos ver mais tarde, quando publicarmos outros trechos das escutas telefônicas onde ele é citado.

Nosso assunto agora é analisar como alguém tão apagado se tornou, em poucos meses, imperador da capitania de Angra dos Reis. Um "pop star" com um dos maiores (quiçá o maior) salários pagos com dinheiro do povo, dentre os mais de 5.555 municípios deste Brasil varonil.

Como foi isso? Simples: muita maquiagem, obras eleitoreiras, propaganda irregular, bolsas família e ignorância política da maior parte da população. Claro que nada disso seria possível sem o apoio inconteste e muito bem pago do maior jornal da cidade, cujo redator chefe era, até a semana passada, um famigerado e vira-casaca jornalista. Hoje, esse mesmo editor, por força do destino, se transformou num mestre respeitadíssimo, venerado e elogiado por seus pares.

Isto é Brasil ... isto é Brasil... isto é Brasil...
Oh lugar... oh lugar...
Tudo que se planta dá
Terra igual a esta não há...
(Mangueira - 1970)

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