O grande charme da festa era a alegria espontênea dos participantes.
Vinham as traineiras, os barquinhos, os iates, as escunas, todos cheios de gente que só tinha uma preocupação: comemorar o início de um novo ano com muita diversão. Como nos antigos carnavais de rua no Rio de Janeiro.
Era isso que fazia o nosso "carnaval no mar" ser comentado em todo lugar. Era isso - e nada além disso - que atraía anônimos e famosos. Uma festa popular como só acontece hoje na Bahía e no Nordeste, festa do povo para o povo.
Mas aí alguns espertos começaram a querer ganhar num único dia o que um barco fatura em vário meses. Aí alguns "experts" acharam que deviam criar premiações milionárias para quem simulasse mais alegria na passarela. Aí as torcidas organizadas começaram a tomar conta da festa. Aí mataram a espontaneidade e a alegria. Aí, deu no que deu: aconteceu a mesma coisa que nos carnavais.
Mas podemos mudar isso. Não comprem esses ingressos pelos preços absurdos que estão cobrando. Os espertalhões que sublocaram esses barcos para explorar o povo vão ter que vender os ingressos pelo valor que vocês quiserem pagar, no dia da festa, como sempre acontece. Deixem que "as zelite" comprem com antecendência, pois mesmo assim vão sobrar muitos barcos que farão qualquer negócio para diminuir o prejuízo no dia 1º. No próximo ano vão pensar duas vezes.
Se comprarem ingressos esse ano por 250, no próximo vão ter que pagar 350 e assim vai. Os donos dos barcos, que normalmente os alugam por 1500 num dia de verão, este ano pediram 6000 no dia 1º e ano que vem vão querer 8000. Não se sujeitem a essa exploração. E se no dia não reduzirem os preços a um valor racional, que não passa de R$50, deixem o barco partir vazio. Façam esse sacrifício em nome da nossa festa. Ano que vem será diferente.
E se conseguirem embarcar pagando o justo, ignorem as burrices da Turisangra. Passem bem longe do barco dos jurados, pois todos já sabem quem vai ganhar os prêmios. Deixem a disputa para "as zelite" e as torcidas organizadas, cheias de bebuns se exibindo em troca de uma foto no jornal local empunhando uma lata de cerveja.
E divirtam-se apenas, esta é a razão de ser da festa. Se não for assim ela vai morrer e não podemos deixar que isso aconteça, pois ela vale a pena. Vamos tentar. Se não der certo, aí sim, vamos nos divertir em Parati. Encontro vocês no cais dia 1º. Até lá.
5 comentários:
Minhas congratulações à sua postagem.É a pura verdade.Nós éramos uma equipe intitulada "BOÊMIOS" concorríamos e nos divertíamos muito saudando a chegada do ano, mas infelizmente começamos a perceber o direcionamento que a festa estava tomando e desistimos de participar.Lembro-me das pessoas aguardando o barco com as cores preto e amarelo ( cores oficiais do BOÊMIOS) que era um barco animadíssimo.Até hoje muitos dos ex organizadores são parados na rua para ouvirem o pedido de retorno.Fico triste por saber e ter certeza de que o barco jamais retornará pois a roubalheira,CARTAS MARCADAS (premiação),organização e etc da prefeitura não desaparecerão,logo se não concordamos com tais práticas não retornaremos,a não ser que...
Milagres existem.
Abraços a todos os leitores e aos saudosos da festa popular.
TAngra
E quanto a licitação para as festa de final de ano?
Para a procissão marítima?
Qual o resultado?
Qual os valores envolvidos?
Qual a empresa ou empresas vencedoras?
Quanto custa a corrupção?
http://www.amarribo.org.br/mambo/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=630
« Comentários do Ministro Jorge Hage sobre os “índices” de percepção da corrupção, da Transparência Internacional.
Quem são Nossos heróis? »
Corrupção representa um obstáculo para a luta contra a pobreza
Philippe Bernard
A amplidão das práticas de corrupção nos países pobres representa um obstáculo para os esforços em favor do desenvolvimento e desestimula
empréstimos e doações em dinheiro. Esta realidade é qualificada
de “catástrofe humanitária permanente” pela organização não-governamental Transparency International (TI), em seu relatório para 2008 que foi publicado na terça-feira, 23 de setembro, em Berlim. Esta nova chamada é divulgada no momento em que uma reunião a respeito do financiamento dos “objetivos do milênio para o desenvolvimento” (saúde, educação, meio-ambiente, etc.) deverá ser realizada na quinta-feira em Nova York, à margem da Assembléia Geral da ONU.
Segundo os autores do relatório da Transparency International, o
custo da corrupção “poderia encarecer em 35 bilhões de euros (cerca de R$ 95 bilhões) o montante dos investimentos necessários” para se alcançar esses “objetivos”, principalmente nos setores da água e de higiene pública que concentram a metade do orçamento total. A corrupção “constitui uma das razões mais importantes da carência de progressos realizados no caminho da redução da pobreza”, sublinha a organização.
Sem que isso venha a constituir qualquer grande surpresa, a
Transparency International coloca a Somália e o Iraque nos últimos
lugares no seu ranking do “índice de percepção da corrupção”,
enquanto a Dinamarca, a Nova Zelândia e a Suécia apresentam o melhor desempenho nesta categoria. A França ocupa o 23º lugar entre os 180 países classificados, o que para ela representa um “retrocesso
significativo” em relação à sua classificação anterior, da mesma
forma que para o Reino Unido, a Itália e a Bulgária. A China ocupa o 72º lugar, a Rússia, o 147º, exatamente entre o Bangladesh e o
Quênia. Em contrapartida, alguns “progressos” foram assinalados, principalmente por parte da Albânia, de Chipre, da Geórgia, da Nigéria e da Turquia.
O ranking da Transparency International, que conta com uma ampla repercussão por parte da mídia pelo mundo afora, agrega uma série de dados que foram fornecidos pelos meios de negócios e por analistas do mundo inteiro. Esses dados dizem respeito à freqüência e ao montante
das propinas que precisam pagas para as administrações ou para
funcionários ou oficiais políticos. Entretanto, a comparação entre os países, que constitui a parte central do ranking, tem sido criticada
por diversos observadores em razão das disparidades existentes entre
os inquéritos.
A deterioração da situação que foi constatada em determinados países
que entram na categoria dos grandes exportadores - inclusive a
França - “deixa pairar algumas dúvidas em relação à capacidade real dos governos de porem fim aos abusos das companhias na condução das suas atividades no exterior”, comenta a Transparency International.
Essa degradação também vem questionar o mérito das lições de
transparência e de “boa governança” que têm sido dadas constantemente aos países pobres.
Este conteúdo foi publicado em Segunda, 29 de Setembro de 2008 às 15:00 e está arquivado em Diário do A1M. Você pode acompanhar quaisquer comentários a esta publicação através do RSS 2.0. Você pode deixar uma resposta, ou link do seu próprio site. | Enviar por e-mail | Hits para esta publicação: 40
Prezado Edu,
Só para adiantar aos leitores, que certamente irão ver mais detalhes dos custos da corrupção no link que você indicou, o custo estimado em 2006 foi de 10 bilhões de Reais.
Obrigado por sua informação.
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