Política e Religião

Anônimo, 13/out 15:40 em "Mais um pouco da Fé":
"Se soubesse que o teor dos comentários tomaria esta conotação pejorativa, com certeza não teria postado. A nossa discussão não pode ser pautada em ofensas a religiões ou a líderes religiossos, cada um vai dar conta de sus atos perante a Deus.

Continuo defendento que Religião e Política podem sim andar juntas, como eu disse anteriormente. Toda unanimidade é burra, e colocar no mesmo saco todos os líderes evangélicos é o mesmo que falar que todo padre é pedófilo, o que não é verdade.

A Igreja Católica participa com propiedade e seriedade dos processos políticos brasileiros a decadas, é um baluarte junto com a bancada dos evangélicos na luta contra o aborto, por exemplo. A nossa luta como dito antes é contra a corrupção, contra a roubalheira de nosso dinheiro, contra falta de educação, enfim, contra os maus políticos que são de facil indentificação.

No mais, agradeço todos comentarios, até os que não entenderam o proposto na postagem e nos chamaram de bobo. Respeito todas opiniões, fui criado assim, entendendo que não sou o dono da verdade e que erro, porém erro querendo acertar. Que Deus vos abeçoe.

Fabio Macedo.

TAngra:
Prezado Fabio Macedo,

Vale lembrar que seu primeiro comentário era uma crítica a uma postagem nossa. Crítica bastante importante, tanto assim que levou à correção do texto.

Na linha de atuação a que o Blog Transparência Angra se propôs, todos os comentários são de fundamental importância. Permitem sabermos se nossa opinião está com a maioria ou minoria, trazem novas opiniões, ajudam nas postagens, nos sugerem até quem lê o Blog, sexo, idade, nível de escolaridade e cultural, grau de insatisfação com a situção atual de Angra, e por aí vai... E nós dividimos os comentários com todos os leitores, publicamos todos, mesmo aqueles dos quais não gostamos.

Quanto a política e religião andarem juntas, não é o que diz "evangelho" de todos os brasileiros: a Constituição da República Federativa do Brasil. Desde a proclamação da República o Brasil é um Estado laico, ou seja, assume uma posição de neutralidade e não evolvimento com religião, ao menos no "papel".

Veja a Constituição em vigor:

Título II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviobilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

E veja isso:

"A liberdade de organização religiosa tem uma dimensão muito importante no seu relacionamento com o Estado. Três modelos são possíveis: fusão, união e separação. O Brasil enquadra-se inequivocadamente neste último desde o advento da República, com a edição do Decreto119-A, de 17 de janeiro de 1890, que instaurou a separação entre a Igreja e o Estado.

O Estado brasileiro tornou-se desde então laico. (...) Isto significa que ele se mantém indiferente às diversas igrejas que podem livremente constituir-se (...)".

(Celso Ribeiro Bastos)

Em sendo assim, amigo Fabio, não se poderia apontar até algum desvirtuamento no comportamento das tais bancadas religiosas?

E o que dizer dos pregadores que tratam de política nos altares, seja lá de que religião forem?

Sempre me desagradou a atuação de pastores nas campanhas políticas (um padre católico também é pastor). Um bom pastor tem poder de influência sobre os fiéis, ele conduz os fiéis, não é assim? Então, ele não deveria fazer política partidária, ainda mais no altar.

Religião é Religião. Política Partidária é Política Partidária. Não podem se misturar. Alguns pastores usam esse poder sobre os "seus" fiéis para elegerem políticos que, depois, beneficiam só o próprio pastor, em "pagamento" dos votos. Os fiéis só ficam com umas poucas migalhas, iludidos.

Pergunto: isso não poderia ser enquadrado com uma forma de corrupção eleitoral, por um lado, e corrupção pura e simples, pelo outro, quando o pastor se beneficia de cargos públicos e outros "favores" recebidos do político safado que ele ajudou a eleger, enganando seus seguidores da Igreja?

Mas o importante é que o Transparência Angra é um Blog absolutamente laico e apolítico. Isso está escrito no nosso Regimento Interno, que além de Código de Ética tem muita ética.

Nossa questão é com gente safada enganando e roubando os cidadãos de Angra. Não interessa se são ateus ou de qualquer religião, muito menos de que partido estão se aproveitando naquele momento. Gente safada existe aos montes por aí. Hoje em dia até nos céus.