Moto-contínuo

Nos jornais de hoje:

• Batalhão da PM-RJ com armamento de guerra sobe favela atrás dos bandidos que derrubaram a tiros um helicóptero.
• O batalhão desce o morro de cabisbaixo depois de esgotada a munição. Saldo da operação: dois moradores mortos e um apartamento incendiado depois de atingidos por balas perdidas.
• Uma moradora da favela recolhe os cartuchos de munição em um saco e diz ao repórter que "valem uma nota" no ferro felho e isso garante o leite das crianças. Uma nova classe social? Os "dependentes das sobras de combates"?
  
• Uma escola pública não sei em qual cidade dividiu os alunos em dois grupos que recebem aulas em dias alternados. Metade da escola, de quase 50 anos, ameaça desabar por falta de manutenção; foi atacada pelos cupins.

Mais parecia um Fellini.

Nos jornais de amanhã: vai ser tudo igual ou pior, pois serão esses alunos aí - que hoje só recebem metade da educação a que têm direito para se tornarem cidadãos - que elegerão esses políticos cada vez mais safados que estão destruindo nossas cidades (que também nunca foram lá essas coisas) e nosso país.

Precisamos interromper este "ciclo vicioso" e o caminho começa numa educação de qualidade, com escolas de verdade, não essas porcarias de papelão e que custam uma fortuna aos governos, com professores "especialistas" no ensinar e remunerados à altura. Essa nova geração jamais elegeria, por exemplo, esse bando de imbecis semi-analfabetos, que mal conseguem se expressar na língua pátria, e que todas as terças e quintas aparecem na TV Câmara reclamando dos "brogs", da "eletronucrear", da "pretrobrás" e de outros "pobrema exemprar".

E são esses políticos - que não têm cultura para enxergar uma palmo diante do nariz e que estão aí só para roubar o máximo de dinheiro que conseguirem - os reponsáveis por termos um péssimo serviço de saúde, pelos esgotos serem lançados nas praias e pelas nossas escolas acabarem nessa grande titica que todo mundo vê.

Um eleitor bem formado tem mais facilidade de informar-se melhor antes de votar, é mais difícil de ser ludibriado por esses politiqueiros safados que tomaram o poder comprando votos e escapando da justiça. Duvido que houvesse então em nossa Câmara vereadores que hoje abrem a boca em público, há 3 mandatos, para falar "os vereadô", "os brog", por "exempro", se a formação do eleitor de hoje tivesse sido melhor.

P.S. Nossa, que "viajem"!