Uma enorme campanha recolheu 2 milhões de assinaturas na tentativa de aprovar uma lei de iniciativa popular que impeça os grandes ladrões de dinheiro público disputarem uma eleição. Essa lei dos "Ficha Limpa" está em tramitação no Congresso Nacional e a maior resistência a ela vem exatamente dos políticos mais corruptos.
(Cá entre nós, o absurdo já começa no fato de ter-se que criar mais uma lei para que ladrões sejam excluídos do serviço público, pois eles jamais vão pra cadeia, muito pelo contrário, quanto mais safado e corrupto mais ele é idolatrado, bajulado e protegido.)
Aqui nos Comentários do Blog as discussões mais acaloradas têm sido: "o meu político roubou mais que o teu", "não, o meu só tinha 90 milhões para roubar, o teu roubou 500", e daí a pior.
Será que não é hora de pararmos para pensar um pouco nisso tudo? Vocês largariam seu "botequim", por mais "pé-sujo" que fosse, nas mão de um empregado que perdeu sua confiança pela suspeita de roubar um mísero pastel? Você deixaria cuidar de sua casa uma doméstica de quem você desconfia ter embolsado aquela moedinha que estava em cima da cômoda?
Para mim, se o sujeito num cargo público empregou um único parente para aumentar a renda familiar ou beneficiar um amigo, se roubou um único voto, está desclassificado e deveria ser queimado em praça pública para servir de exemplo de que o crime não compensa.
E se alguém disser que isso é radicalismo eu respondo: com certeza, e com muito orgulho; entre o certo e o errado não há meio termo. Até a profissão que escolhemos é assim, uma única vírgula fora do lugar põe a perder todo o trabalho. E é exatamente por isso que estamos nela - por absoluto prazer - faz tanto tempo.
"Polícia é polícia, bandido é bandido", já dizia Lúcio Flávio, mostrando que até os "bandidos de antigamente" tinham mais noção do certo e do errado que os "nobres cidadãos" de hoje.
Mas, mudemos de assunto!
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