"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
- Voltaire

segunda-feira, abril 20

Quem Pagou as Obras?

Anônimo em 19/Abr/2009 às 22:48 no post "Sugestão ao Sidicato dos Funcionários":

"O blog Panorama Angrense traz uma lista de obras do casal garotinho em Angra. Assim sendo de fato, o governo municipal gastou muito pouco ou quase nada de nossos recursos. Até dou parabéns! Mas eu pergunto, cadê nosso dinheiro, afinal ele se gaba dizendo pro povo que fez tudo."

TAngra:
Nós aqui no Transparência Angra ficamos arrepiados de medo quando ouvimos falar de casal garotinho, mas isso é outra história. O importante é que vejamos essa lista que está lá no Panorama Angrense: "Garotinho e Rosinha: Investimento em Angra".

Vi também uma outra postagem importante no Panorama Angrense. É sobre o lançamento de um novo Blog em Angra, da "Associação de Alunos do Ensino Público a Distância no Município de Angra dos Reis - AAED-AR". O endereço é "aaed-ar.blogspot.com", mas já está na nossa relação aqui na direita.

Li a pimeira postagem do AAED-AR e - não sei exatamente por que - lembrei-me dos meus tempos de estudante, saudosos e férteis anos 60. A primeira coisa que me veio na mente foi: se naquele tempo houvesse Blog será que teria acontecido a ditadura militar? Mas não tinham inventado ainda nem os PC's...

Desejamos sucesso e muita ação ao novo Blog.

5 comentários:

EDU disse...

O REI ESTÁ NÚ!

23/02/2009 22:57
Artigo
O rei está nu.
O texto analisa um conto de Andersen e o compara com as inquietações que a visão e a cegueira social podem produzir. "É a visão pura da criança que desnuda a realidade e a denuncia aos berros."
O rei está nu. Quem ousasse dizer tal coisa pela história de Hans Christian Andersen em “A nova roupa do imperador” seria considerado uma pessoa destituída de inteligência e inapta para ocupar os cargos no reino.
O imperador era um perfeito dandi e gostava tanto de roupas novas que passava mais tempo experimentando-as do que se ocupando das coisas do reino.
Aí, surgiram dois espertalhões dizendo que possuíam uma roupa que não apenas tinha cores deslumbrante mas também dotada de qualidade única: somente as pessoas especiais poderiam vê-la e apreciá-la propriamente... E, os destituídos de inteligência e nobreza iriam dizer que a roupa era invisível ou que esta não existia.
O estranho equilíbrio entre cegueira e sabedoria traça a sua saga, e, então o rei ansioso pelas novas vestes ordena que seus ministros supervisionem a tecelagem e a elaboração de tão esperado traje.
Em lá, chegando, um dos ministros intimamente pensava: não vejo nada. Mas temendo ser exonerado de seu cargo, e diante dos tecelões espertalhões declara extasiado: - Quão maravilhoso é esse tecido, que padronagem, que cores! Vou relatar ao imperador que fiquei deverasmente encantado!
Assinala bem Affonso Romano de Sant’Anna que além da trapaça financeira, observamos que a palavra ocupa o lugar da coisa, e é muito comum, percebemos que o discurso cria uma invenção verbal de coisas inexistentes e quiçá impossíveis.
E nisso, os sofistas são mestres impressionantes. E, quando o próprio imperador decide verificar com seus próprios olhos a tal fabulosa vestimenta, defrontando-se com coisa nenhuma, pensou exatamente como o velho ministro e ao conselheiro que antes já haviam visitado os tecelões.
Até mesmo o imperador apesar de nada ver não desejava passar por estúpido ou imbecil e, então, começou a exclamar frases fascinantes a exortar o traje tão almejado. E, aí, toda a corte passou a fingir a ver o referido traje, e até mesmo os auxiliares fingiam carregar o manto invisível do imperador.
Consuma-se a alucinação quando diante do espelho, o próprio imperador dotado de poder e cegueira proposital admirava-se com a roupa que simplesmente não via. Esse conto é muito interessante de ser analisado principalmente no carnaval sob o brilho intenso de lantejoulas, paetês e trajes tão soberbos que nos permite ver a nudez e a crueza da realidade brasileira.

Então toda corte fingia ver a vestimenta inexistente e, na ocasião da apresentação oficial do traje ocorrera que uma criança que descompromissada, grita :
- O rei está nu!!! Ele está sem roupa. É a visão pura da criança que desnuda a realidade e a denuncia aos berros.
E, o povo começa a abrir os olhos, a desanuviar a visão e concordar com a visão do infante.
A multidão urrava exasperada e acuado o imperador intimamente pensava que tinha que levar até o fim o desfile com toda pompa e circunstância. E, prosseguiu a caminhar garboso e orgulhoso cercado de seus cavaleiros e aios e ainda o camareiro real que seguiam e entravam numa carruagem que igualmente não existia.
A versão do conto de Andersen no folclore lusitano ganha em vez auxiliares competentes pela visão do traje, somente os filhos legítimos poderiam ver a roupa invisível do imperador. Seria assim como diversos mitos, uma seleção e uma senha para se apurar a legitimidade da sucessão ao trono.
E, no folclore lusitano quem é o denunciante do embuste é o estrangeiro negro. E passa então ser enjeitado.
A lenda narrada por Andersen desfia o pacto de cegueira, onde todo o povo brinca de avestruz e alguém (os tecelões trapaceiros) lucram com tal cegueira estimulada. E, porque todos temem a opinião ou a visão do outro, todos deixam de ver ou de ter opinião que caracteriza bem a chamada cegueira social.
È muito comum em partidos políticos, agremiações religiosas, cultrais onde ocorre a produção de discurso que ordena e coordena o que deve ser visto e ou não ser.
O que segundo La Boétie seria a chamada servidão voluntária, quando arrendamos nossos sentidos aos desejos e ao poder do outro. Mas quando se liberta da servidão voluntária do fanatismo podem os humanos envidar esforços em revoluções, dissidências , resistências e articulações tão bem demonstradas no filme recentemente estreiado chamado “Operação Valquíria”.
Mas, afinal, se havia tantos detalhes descritos, tantos pormenores ,e havia tanto espanto ante o traja inexistente ou invisível, o rei afinal está ou não nu? Está nu aos olhos da corte. Está nu aos olhos da realidade. Mas, está vestido aos olhos de sua vaidade e egocentrismo.
Está trajado com o imaginário. Apenas isso. Trajado apenas para si mesmo.
Restam ainda algumas cruciais indagações: quem lucra verdadeiramente com a cegueira social brasileira? Quem será que dotado de visão pura e desvinculada poderá nos indicar a realidade? Sigamos a perseguir as respostas, a diligenciar nossos sentidos para apurá-los e fugir sempre que possível da alienação que cega, emburrece e desumaniza.





Referências
SANT´ANNA AFFONSO ROMANO DE. A cegueira e o saber. Rio de Janeiro, Rocco, 2006.


tags: nudez, rei, imperador, traje invisível, traje inexistente, vaidade, beocidade, inocência, cegueira, saber, revelação, reflexão. Andersen. Servidão humana.,

Edu disse...

O rei está nu 2

" qualquer semelhança com o atual reino de angra dos reis...é mera semehança....!"

A Roupa Nova do Rei
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: pesquisa
A roupa nova do rei/ As roupas novas do imperador é uma conto de fadas de autoria do dinamarquês Hans Christian Andersen, e foi inicialmente publicado em 1837.

A história

Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele.

O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.

Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto "alfaiate". Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança.

" O tuca esta nuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!"

DaRoça disse...

Meu filho de dois anos e meio manda um recado para o Procurador do Município:
- Moço, o rei está pelado. Olha, olha...

Anônimo disse...

aí o rei contratou um famigerado - que dizer, famoso advogado, e processou a menino dedo duro.

TAngra disse...

Prezado Anônimo das 23:07,

Você conseguiu recuperar nosso bom humor, que estava meio caído com essa armação a favor do nepotismo.

Valeu mesmo.

Abraços.