"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
- Voltaire

terça-feira, abril 5

€ 5 milhões na Segurança Nuclear

Prezado Procurador da República,

Pelo que se vê, até hoje a CNEN não tem capacitação para uma série de coisas vitais para operação de uma usina nuclear. O apoio que a Comissão Europeia parece estar dando nessa cooperação é básico... sobre segurança, e também sobre resíduos. Parece que o Brasil não sabe gerenciar uma usina!

Veja que eles falam em ações de segurança em caso de acidente de perda de refrigerante por grande ruptura. Pesquisei e encontrei uma dissertação de 1984 (datilografada, ainda!) que explica que esse tipo de acidente é o mais grave que pode acontecer (acho que é o que está acontecendo no Japão!?).

A Comissão Europeia está dando 5 milhões de Euros para a CNEN e Eletrobras-Eletronuclear (ETN) para “melhorar” a segurança nuclear.

Vale registrar que o nosso país é um dos campeões em CORRUPÇÃO e que atualmente somos credores, isto mesmo, emprestamos dinheiro para o FMI e, neste sentido, faz pelo menos três década que ANGRA I, junto com ANGRA II, estão em operação no país e foi preciso duas placas se mexerem no Pacífico pra se falar e “agir” em segurança nuclear. Denunciamos este descaso desde 1982.

Sem mais, agradecemos e esperamos que estes ítens possam subsidiar a Ação Civil Pública do Ministério Público Federal sobre a CNEM.

Att.
Ivan Marcelo Neves
ISABI/APEDEMA-RJ
Secretário Executivo do FBOMS


União Europeia coopera
com o Brasil em segurança nuclear

(30/03/2011)

Os acontecimentos trágicos no Japão estão para lembrar mais uma vez que a tecnologia nuclear precisa do mais alto grau possível de precaução nas medidas de segurança em toda a cadeia de produção, desde o próprio funcionamento do reator até a disposição final do lixo radioativo, passando pelos sistemas de regulação e arrefecimento e a gestão geral das plantas e seu pessoal.

Embora a matriz energética do Brasil seja uma das mais limpas do mundo – entenda-se, que tem uma das maiores proporções de energia renovável e com pouca emissões de gases de efeito estufa e outros resíduos poluentes – uma pequena parte (2,5%) da eletricidade produzida no país vem de duas centrais nucleares instaladas em Angra, no estado do Rio de Janeiro (mais uma terceira em construição que deveria entrar em operação em 2015).

Portanto, a União Europeia concluiu no fim do ano passado uma convenção de cooperação com a autoridade reguladora brasileira, a Comissão Nacional da Energia Nuclear (CNEN) e com a empresa pública responsável das plantas, a Eletrobras-Eletronuclear (ETN).

Este tipo de cooperação é novo no Brasil, enquanto a União Europeia já desenvolviu uma considerável experiência de cooperação neste tema com outras potências nucleares, em particular com países da antiga União Soviética, a través do seu instrumento financeiro de cooperação para a segurança nuclear (Instrument for Nuclear Safety Cooperation – INSC).

Um montante de 3 milhões de euros foi colocado à disposição da ETN, para desempenhar as atividades seguintes:
  • Elaborar um manual completo de diretivas e procedimentos de gestão de acidentos severos para a planta Angra II.
  • Avaliar e melhorar o sistema de manejo do factor humano na gestão da segurança da planta Angra I.
  • Atualização e reposição do sistema de Instrumentação e Controle para a segurança da planta Angra II.

A CNEN beneficiar-se-á de uma verba de 2 milhões de euros, para realizar as atividades seguintes:
  • Preparação de um plano estratégico de gestão do conhecimento em matéria de segurança nuclear
  • Implementação do plano de ação para o reforço de capacidades da CNEN.
  • Avaliação dos procedimentos de análise probabilística da segurança.
  • Cooperação no âmbito da análise determinística do risco e da incertidão, em particular no caso de quebra nos circuitos de arrefecimento.
  • Troca de informacões em matéria de experiência operacional.
  • Implementação de um programa de capacitação do pessoal.

Outros projetos de cooperação com as duas entidades mencionadas estão em identificação ou em formulação para serem iniciados em 2011 e 2012. Irão complementar as atividades já arrancadas, para assim abrangirem mais aspectos do ciclo de vida da produção nuclear, incluindo o delicado problema dos resíduos.


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Vejam no site da Delegação da União Europeia no Brasil:
eeas.europa.eu/delegations/brazil/press_corner/all_news/news/2011/20110330_02_pt.htm

Link para o Estudo de acidente de perda de refrigerante por grande ruptura na usina nuclear Angra-I (Eduardo Madeira Borges):
docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=12f26042fb2f70ac&mt=application/pdf&url=http://mail.google.com/mail/?ui%3D2%26ik%3D6defc003d7%26view%3Datt%26th%3D12f26042fb2f70ac%26attid%3D0.1%26disp%3Dattd%26zw&sig=AHIEtbSntX-nnvTlhGuuGHLCRT_mUYCeGA

4 comentários:

Anônimo disse...

A questão da energia nuclear brasileira é fruto de uma decisão mal tomada de um regime ditatorial.

Não dá para discutir implantação se enfiou-se goela abaixo dos angrenses essa bomba, antes de qualquer discussão.

Essa usina comprada há décadas que está sendo montada agora já custou bilhões, só para manutenção e agora custa bilhões para montagem.

Chegamos a conclusão que qualquer cidãdão chegaria, de que "pau que nasce torto, morre torto".

Anônimo disse...

Esse Ivan gosta mesmo é de dinheiro. Como todos os outros.

Anônimo disse...

kd o comentário postado ontem????

TAngra disse...

Prezado Anônimo das 12:45,

Ele está sob julgamento pelo nosso "Regimento Interno".

Talvez não seja liberado, mas avisaremos aqui mesmo sobre o andamento e providências.

Abraços,

TAngra.