"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
- Voltaire

sexta-feira, abril 30

Resposta para ler e refletir

Mulher Atuante, 30/abr 13:22 em "Infância e Juventude no Abraão":

"Caro Anônimo,

Muitas vezes pai e mãe não estão cientes por estarem trabalhando intermináveis horas para garantir o mínimo para o sustento dessas crianças. Em outras vezes até estão cientes, mas ao tomarem providências e buscarem ajuda dos organismos competentes são ignorados ou desrespeitados, como declarou uma corajosa e consciente senhora chamada Nina na audiência sobre a prevenção ao uso do crack, que ocorreu ontem em nosso município. Não acho justo isso de ficar jogando tudo no ombro dos pais. É raro existirem pais que não amem seus filhos, que não os aconselhem e tentem corrigi-los. Acontece que nem sempre sabem bem como fazê-lo e onde eles deveriam encontrar parcerias para educar seus filhos, as portas estão fechadas.

Então podemos ver a Secretária de Educação responder que o município oferece sim alternativa aos jovens de Angra, exemplo disso é a instalação do Cefet, com um curso que, se não me engano, é de eletromecânica. Fiquei pensando se ela é cínica, ignorante ou cara de pau mesmo, pois se eu fosse uma jovem angrense e dependesse de um curso como esse para não me deixar "ir por caminhos errados" eu estaria perdida, pois honestamente não tenho a menor vocação para eletromecânica ou algo parecido. Ou seja, o município não me parece preocupado em oferecer alternativas com as quais os jovens se identifiquem. O que querem é responder às necessidades sociais sempre com desculpas esfarrapadas, sempre com o mínimo, sempre com o que eles acreditam que podem nos convencer de que é importante.

Outra coisa muito importante: ao contrário do que parece, o Regime Militar, ou melhor, a Ditadura Militar, apesar de parecer disciplinadora e ordeira, nada de bom fez pelo país a não ser tirar a força e as oportunidades que o Presidente Jango tentava dar ao povo. Exilou, por exemplo, o Educador Paulo Freire no momento em que ele construía no nordeste um projeto que ensinava milhares de adultos não só a ler e escrever, mas sair da dominação de fazendeiros que os tratavam como escravos pagos. Quando ele foi exilado para o Chile, o governo chileno implantou o projeto lá, o que ajudou a contruir uma reforma agrária com pessoas alfabetizadas e com autonomia para se transformarem em senhores da própria história. Ganhou o Chile, inclusive, uma distinção da UNESCO, ficando entre uma das cinco nações que melhor superaram o analfabetismo. Será que se um projeto educacional desse nível tivesse continuidade no Brasil as coisas estariam como estão?

Abraços sinceros,

Mulher Atuante."

Um comentário:

Anônimo disse...

A secretária não ésó cínica não e burra também.