"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
- Voltaire

sexta-feira, março 5

A Autoclave, do Hardware ao "Tupeware"

Monica Lima, 3/mar ás 20:04 em "Alegres e ignorantes":
"Sinal de decadência: ontem, era 'hardware'. Depois ficou 'software', e hoje, contra todas as perspectivas, é 'tupperware'."

TAngra:
Prezada Monica,

Você andava sumida e agora aparece para falar de "tupeware"? Uns vão dizer que isso é sintoma de machismo, outros de feminismo, outros que é coisa de quem não tem uma boquinha na PMAR e está com inveja, outros não dirão nada, na sua indolência bovina.

Mas pedimos ao nosso vidente que fizesse uma vidência sobre isso de autoclaves e "tupewares", pois no Plenário da CMAR surgiu aquela novidade dos R$100 mil para a instalação da autoclave nem lembro onde. Se não tinha nem autoclave, para que os R$40 mil de "tupeware"?

Bem, o buraco é mais embaixo. Depois de uns chás (de raízes amazônicas que o pajé trouxe, cheiro horrível) o vidente viu!

O Hardware
Autoclave não é esse bicho de 7 cabeças, é só um equipamento que todo posto de saúde deveria ter, a maioria já tem mas ainda falta nuns poucos. Serve para esterelizar o instrumental usado num paciente. Antes usavam estufas, agora são as autoclaves, que usam pressão e temperatura altas para esterelizar. Parece mais ou menos um "frigobar". Os postos de saúde que não têm juntam o material (no tupperware) e levam para um posto que tenha autoclave.

O "Tapeware"
Aí a coisa ficou complicada. Os instrumentos utilizados são jogados numa vasilha de plástico qualquer, dessas transparentes com tampa colorida (o vidente é daltônico e não sabe as cores). Quando estão cheias os instrumentos são levados para limpeza e depois entram na autoclave. A vasilha de plástico é só para armazenar temporariamente os instrumentos, qualquer uma grande, com tampa serve.

Foi então que lembrei de um dia em que estava aqui no meu balcão e chegou um desses milhares de Cargos Comissionados da Fusar. Perguntou:

- Tem uma vasilha de plástico baratinha, com tampa, mais ou menos desse tamanho, uns 20 e poucos litros de capacidade?
- Tenho essa aqui, respondi, 45 x 36 x 16, mas é igual a daquela empresa que vai ganhar aquela licitação daqui a uns tempos, pode ser essa mesmo?
- Pode sim, mas quanto é?
- R$40, mas como é pra Fusar eu posso fazer por R$800, entrego um carrinho popular caprichado, zerinho, por fora e a entrega pode ser onde quiser, até na Itália.
- Mas, e na licitação? Eu não vou poder dizer o nome, marca, produto, como é que vai ser?
- Então você coloca as medidas, escreve "tipo tupperware", e desse jeito fica tudo combinado e amarrado pelo tamanho.

Foi então que o tapperware virou "tupeware": na hora dos editais e outras formalidades nem se preocuparam em escrever o nome certo, "tipo assim, niguém vê mesmo essas licitações, editais, BOs, e se verem, tipo assim, ninguém faz nada mesmo, tipo assim,...", devem ter pensado.

Mas eu acho que a coisa está ficando complicada lá naquela Fuzarca, pelo que se supõe lendo os Blogs dos Vereadores.

E é isso Monica, a Fusar está mais suja que pau de galinheiro. E o servicinho de saúde, ohh! uma porcaria só, também.

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